O papel utilizado é o Pólen Bold 90 e hoje o corte é feito em guilhotina industrial. Lá no comecinho usávamos o estilete, mas com a guilhotina grande o processo fica muito mais seguro e nossos dedinhos agradecem! =)

A ideia é cortar o papel com o dobro do tamanho da folha, para então dobrá-la no tamanho que será o grimório.

Tenha gatos! Eles simplesmente AMAM essa parte da produção e tudo vai ficar muito mais divertido com a bagunça que eles fazem com a sobra do papel! ♥

Você vai ter que dobrar a folha que você cortou exatamente ao meio e vai separá-las em bloquinhos de 10 folhas cada. O gato tá vivo, embora não pareça. =D

Com quantas folhas você quer o seu grimório? 5 bloquinhos de 10 folhas fará um grimório de 100 folhas. 10 bloquinhos, um grimório com 200 folhas.

Depois dos bloquinhos montados, vem o processo de filetagem, que é pra dixar tudo alinhadinho.

A encadernação é um processo bem complexo e não vai faltar trabalho pra ninguém! =D

No Youtube você encontra várias técnicas de encadernação, os bloquinhos serão furados de acordo com a técnica que você preferir.

Depois de furados eles estão prontos para a costura. =)

Os bloquinhos serão costurados de acordo com a técnica de encadernação que você escolher. Essa aqui é chamada de Costura Francesa.

Depois de costurados, todos os bloquinhos são colados para que fiquem mais firmes e resistentes.

Depois de colados espere a secagem dos miolos. Peça para os gatos cuidarem dos miolos prontos para que não haja pegada de outros gatos no papel!

Não dá pra trabalhar sem música, pois o processo artesanal carece de inspiração e boa companhia. Tenha sempre bons músicos à mão para o trabalho fluir lindamente! ;)

Todas as capas são feitas com retalhos de couro natural, e por serem retalhos levam costura, e por levarem costura também terão que ser furadas, manualmente, é claro!

Todos os furos são feitos manualmente com vazador e martelo, um a um.

Todas as capas são costuradas com cordão encerado que é para dar durabilidade e resistência às peças.

Como se todos os outros não o fossem... ;) Porém, é aqui que a magia acontece! Criar um desenho próprio é muito mais legal do copiar algo já pronto, mas quem vai determinar o desenho na verdade é o cliente!

Infelizmente não é todo couro que dá pra apagar e por isso preferimos transferir o desenho para a peça através de moldes. Leva mais tempo, mas pelo menos o desenho sai centralizado e facilita uma nova transferência.

Depois de transferido o desenho vamos para a parte da pirogravura. O pirógrafo é uma ferramenta que queima o couro deixando esse aspecto rústico e medieval.

Coisas interessantes da pirogravura: Não é qualquer couro que vai aceitá-la e se queimar demais, fura.

O couro é um material que aceita vários tipos de tinta, mas nem todas vão ficar com esse aspecto vivo. A canetinha leva minutos pra completar um trabalho, já a tinta, horas.

Todas as peças recebem uma demão de creme couro para proteger a pintura.

O modelo tradicional dos nossos grimórios tem uma cordinha para amarrar, mas temos outros fechos disponíveis e é sempre possível personalizar. ;)

Depois de todo esse trabalho não tem como deixar essa produção escondida, né?! ♥ Vai pra rua, mas antes não esqueça de ir até a Sutaco tirar sua carteirinha de Artesão pra não confiscarem a tua arte! ♥